O casamento de Pepe e Lupe ficaria na memória de todos, por muitos e muitos anos. E mesmo aqueles que não tendo estado presentes, por tantas vezes terem ouvido contar os episódios caricatos que aí ocorreram, foi como também eles tivessem assistido em primeira-mão ao casamento de Pepe e Lupe.
E, assim, a memória de um casamento peculiar, único, irrepetível, perdurou e manteve-se viva muitos anos depois de Pepe e Lupe terem falecido.
O calor húmido, a terra que os convidados pisavam ao dançar e da qual se levantavam partículas de pó tão espessas que se podiam trincar, nada demovia quem quer que fosse e a farra durou três dias e três noites.
A comida que sempre escasseava, abundou e tinha o sabor da alegria e do amor que uniam Pepe e Lupe e que se estendiam aos seus amigos que muito os apreciavam.
Os Mariachis tocaram até os dedos sangrarem e até depois disso.
Ninguém percebia muito bem a razão de toda aquela alegria. Pepe e Lupe eram apenas dois simples aldeões que levavam uma vida pacata, que tiveram um namoro normal e que seguiu as regras há muito estabelecidas: distância, cordialidade, respeito e aceitação do conchavo paterno.
Mas talvez fosse essa alegria, a alegria das coisas normais, a alegria das coisas vulgares que a todos invadiu naqueles três dias e naquelas três noites, em que o ritmo do tempo abrandou e em que houve um lampejo da eternidade.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
O casamento de Pepe e Lupe
(Série Criative-se)
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1 comentário:
ah, ah! parece que alguém anda a ler os clássicos latino-americanos. nota-se, e ainda bem.
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