quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Um post estúpido - parte II

Ontem escrevi um post estúpido e, não satisfeito com tal façanha, hoje volto à carga.

Agora que já pude pensar um pouco mais sobre o assunto, percebo que é possível falar da mesma coisa de forma um pouco mais polida. 

Assim, hoje pergunto, não será a estupidez apenas excesso de ego? Parece-me que sim. Se tivesse ido por aqui, o post de ontem poderia ter sido menos estúpido. Para além de que aquela posição arrogante de que se está acima da estupidez é, ela mesma, estúpida. E foi isso que fui: estúpido. Enfim.

Mas, então, se a estupidez pode ser tão somente excesso de ego, valerá a pena escutar o que sempre nos disseram os sábios do passado e até os contemporâneos, e que, se quisermos, se resume a isto: combate o ego, procura a humildade.

Dificilmente se encontra alguém humilde e estúpido. A arrogância e a estupidez, essas, andam de braço dado...

Mas, no sistema que nos impuseram - sim, impuseram; vivemos num mundo que não surgiu ao acaso; vivemos num mundo que foi pensado, elaborado, imposto. Mas, dizia, no sistema que nos impuseram, a humildade é vista quase como uma deficiência de carácter. Por outro lado, fala-se muito e chega mesmo a tecer-se loas àquele que tem uma "personalidade forte"...

Como já pude dizer antes, nada contra tenho em relação a quem obtém notoriedade, quando esta é fruto de um talento, natural ou trabalhado. Se alguém canta bem, escreve bem, pinta bem, tem um discurso bem elaborado (mas com substrato), é bom desportista, toca bem um instrumento, etc., é bom que seja reconhecido. Mas este reconhecimento externo concilia-se perfeitamente com a humildade, sem qualquer problema, é bom que se assinale.

No entanto, chegámos ao cúmulo de haver quem queira ser conhecido sem nada de especial fazer. Ser conhecido é um fim em si mesmo. Ora, essa arrogância só pode ser estúpida, lamento dizê-lo tão frontalmente. E vê-mo-la diariamente, e vemos, também, que este tal sistema que nos impuseram se alimenta, em grande medida, disso mesmo.

Mas não só disso. Arrisco-me a dizer que este mundo doente em que vivemos se vai alimentando de características humanas que desde há muito são tidas por "negativas"; de algumas já falei ontem, mas volto a referi-las e acrescento outras: a ganância, a sede de poder, a avareza, o egoísmo, a vaidade, etc., etc.

Um mundo construído sobre, ou aproveitando-se destas características, só pode ser um mundo falho.

Assim, e após se consumar a queda do Império, seria bom construir um mundo que se apoiasse naquilo que a humanidade tem de melhor, e não nas suas falhas evidentes. Para ver o que é que dava.

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