quarta-feira, 1 de julho de 2020

O fim do Império

Confesso que já tinha perdido a esperança de assistir a isto, mas não há que ter dúvidas: o Império definha e terá o seu fim (em breve).

Tenho algum receio, sim, de que não seja tão breve quanto seria desejável.

Como dizia há uns dias um Amigo, estamos a assistir a uma das formas que o Império ainda tem de mostrar o seu poder. É isso que está a acontecer. Mais uma vez, não há que ter dúvidas.

No entanto, não sabemos (apesar de podermos imaginar) que outras formas [de mostrar o seu poder] tem ainda o Império.

Só os mais distraídos é que ainda não deram conta de que, militarmente, tem sofrido uma série de derrotas, algumas mais humilhantes que outras.

A economia, sem o petróleo em preços elevados, não tem forma de se manter.

Assim, sem "vitórias" militares (cujos pressupostos têm vindo cada vez mais a ser postos em causa) e com uma economia a agonizar (pois construída sobre um castelo de cartas, que mais dia menos dia teria de ruir), sobram poucas formas para o exercício do poder.

Aquela a que estamos a assistir, há muito que vinha a ser pensada e planeada. Tem falhas, mas resiste, com a conivência de uma comunidade internacional pejada de interessados em que o Império se mantenha de viva força, pois sem este nada são.

Internamente, o Império convulsa como um doente terminal, que procura combater a morte eminente.

Todos os impérios caem; este não poderia ser excepção.

Contudo, na queda, este Império fará de tudo para a evitar ou, pelo menos, para a atrasar pelo maior tempo que for possível. Irá agarrar-se a tudo o que puder. Levará muitos na sua queda. E é isso que assusta.

Lamento que muitos ainda não tenham dado conta desta queda. Pior, há ainda os que julgam que a existência do Império não passa de um delírio de alguns inconformados. Mas quanto a isso, pouco há fazer: a dissonância cognitiva atinge a generalidade dos seres humanos e, em particular, aqueles que construíram uma auto-imagem demasiadamente rígida, que é como quem diz: têm um ego enorme, enormíssimo. Para azar de todos, é essa gente que alimenta cargos políticos, crónicas jornaleiras, comentários televisivos...

Mas, voltando ao início, o Império definha e, com este, morrerá muito daquilo que o alimentou: a ganância desmedida, o egoísmo, o medo, a ideia mentirosa de escassez, etc.. Só poderá surgir um mundo mais fraterno, humano, solidário, abundante, colorido, diverso, pacífico, feliz. É isto que o Império tem vindo a atrasar. É bom que finde.

Sem comentários:

Nova plataforma

 Este blogue migrou para aqui .