Foi, em tempos, uma semente. Envolveu-a a escuridão e a humidade nutriu-a. Decompôs-se e começou por criar pequenas, mas fortes raízes. Quando se sentiu com força, rompeu a terra em direcção à luz. Sentiu, com volúpia, os primeiros raios de Sol, e quis abraçar para sempre aquela sensação. Por isso, cresceu, juntou forças e cresceu um pouco mais. A paciência, muita. Era apenas um pequeno galho de onde brotou uma folha, depois outra e ainda outra, depois muitas. O galho ganhou impulso, energia, gozo e satisfação por crescer e cumprir a sua missão. A paciência, muita.
Passado o tempo que teve de passar, aquele galho virou tronco. Um tronco forte e robusto, capaz de suportar o peso de outros galhos, ramos e folhas.
E, naquela manhã luminosa, fresca, mas solarenga, formou-se a primeira maçã. Pequena, rija e verde. Foi crescendo e amadurecendo e foi colhida. Com ela, muitas outras e a árvore sentiu-se feliz. Frutos do seu esforço serviam agora para alimentar bocas sedentas de sabores frescos e delicados, como são os das maçãs. E a árvore sentiu-se feliz.
Mas houve uma pequena maçã que não foi colhida. Com o tempo, libertou-se da árvore e caiu, redonda, no chão. Rebolou um pouco e acabou por partir-se
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
A Árvore que se libertou da Maçã
(Série Criative-se - quase em jeito de conto infantil)
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1 comentário:
...fui preenchido por um sentimento de nostalagia, perante a alusão ao continuum da (re)criação ao ler o texto. os meus parabéns. :)
a.
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