Esta manhã tive a triste ideia de ir ao twitter de um velho conhecido, na vã esperança de o encontrar com uma maior abertura de espírito, visto que tem estado refém das ideias parvas que nos têm norteado nestes últimos meses.
Não só se mantém fiel à narrativa absurda, como até encontrou formas de agudizar as suas ideias.
Com o comportamento carneiro que tem apresentado ao longo dos anos, acabou por apanhar uma nova onda que por aí anda: a ideia de que aqueles que tendem a embrenhar-se em teorias da conspiração são mais propensos a extremismos. Isto dito por pessoas que, elas sim, estão a mostrar um comportamento extremista. Complicado? Talvez não.
Mas antes, numa atitude que pode vir a ser rotulada de arrogante ou egóica (mas que se lixe), vamos falar de um teórico da conspiração e dos seus comportamentos extremistas: yours truly.
Desde que me lembro de começar a pensar pela minha cabeça que procuro explicações alternativas de eventos históricos e contemporâneos. Pode uma coisa ter ou não a ver com a outra, mas o que tenho vindo a fazer, essencialmente, nos tempos ditos "livres", não me parece que possa ser rotulado de extremista. Vejamos. Fui responsável, ao longo de 5 anos, pela edição de um periódico (Lusophia) de distribuição gratuita, cujo mote era procurar uma visão positiva em relação à vida, através da espiritualidade e da cultura. Romantismo? Sim, claramente. Estive também envolvido, ao longo de vários anos, em agremiações que procuram uma visão espiritualista em relação à vida, promovendo, por exemplo, práticas da meditação, a par de actividades ligadas à solidariedade, com ajuda a inúmeras pessoas e associações. Outro comportamento extremista que apresentei, e que estou a referir publicamente pela primeira vez, foi ter feito voluntariado no Banco Alimentar contra a Fome durante vários meses. Enfim, tudo actividades que podem ser facilmente rotuladas de extremismos...
Para alguns dos meus conhecidos que apanharam esta onda - a de andar a descredibilizar (to say the least) os teóricos da conspiração -, parece-me que será inevitável que se lembrem de mim quando o fazem. Serei, talvez, a única pessoa que conheceram pessoalmente que apresentou tais comportamentos. E, mesmo assim, não deixam de fazer generalizações, sobre pessoas que, na verdade, não conhecem.
Em todo o caso, nem é tanto essa generalização que me entristece. Todos fazemos generalizações, em maior ou menor grau. O que me entristece é o discurso mais aprofundado (e, esse sim, extremista) sobre esta questão, no qual se sugere que os teóricos da conspiração sejam "responsabilizados" pelo seu comportamento.
Estamos a assistir a um ataque sem precedentes àqueles que pensam diferente, rotulando-os, no mínimo, de pessoas com "défice cognitivo", para, numa atitude mais extremista, como aquela a que assisti e que estou agora a fazer referência, considerar essas mesmas pessoas como sendo perigosos criminosos. Um ataque perpetrado, tristemente, pel'aqueles que se apresentam como bastiões da liberdade e defensores das minorias e das diferenças...
Lamento desapontá-los, mas o que tem dado origem a comportamentos extremistas é o próprio sistema que tanto defendem. E, se não arrepiarmos caminho, só terá tendências a piorar. Continuar a apoiar as indicações sem sentido de organizações mundialistas, que só continuarão a trazer fome e miséria, isso sim, é o que aumentará o número de extremistas, pois que serão cada vez mais as pessoas descontentes num futuro muito próximo.
Os que deviam ser responsabilizados pelas suas atitudes são aqueles que ora estão a cometer um grave crime contra a humanidade, perpetuando medidas que têm vindo a arrasar as vidas de muitas pessoas e famílias por esse Mundo fora. Mas esses, infelizmente, nunca serão responsabilizados. Quando o tempo vier, irão, muito naturalmente, (re)virar a casaca, ou sair de cena, de fininho.
Na altura, procurarei ter a atitude extremista de lhes perdoar a ofensa. Mas não faço promessas.
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